A Zanella Wealth foi convidada pela corretora Avenue para uma imersão de 1 semana em Nova York, o coração do mercado financeiro, com uma agenda repleta de painéis e reuniões com as maiores e mais importantes gestoras do mundo. Representando a equipe, estiveram lá Renan Zanella, Luiz Felipe e Lucas De Conti.
PRIMEIRO PAINEL COM A NINETY ONE
A gestora originada em Cape Town, na África do Sul, foi a primeira da nossa agenda profissional em New York. Considerando que se trata de uma gestora que tem na sua origem um país emergente, boa parte dos seus recursos estão alocados em renda fixa de mercados com essa característica: dos 39 bi de dólares direcionados para renda fixa, 34 estão em emerging markets.
Os retornos para essa classe são, via de regra, maiores por conta de juros elevados se comparados com mercados desenvolvidos. O maior cuidado para esse tipo de concentração fica por conta do equilíbrio quanto ao câmbio e respectivos ratings.
ALOCAÇÃO
No mérito da alocação em ações, foi adotado um tom de cautela, considerando os múltiplos esticados do principal índice norte-americano, o S&P500. O foco no mercado de equities está direcionado para empresas de qualidade, com CAPEX (mais informações sobre fluxo de caixa você encontra nesse artigo) moderado e condizente com o Fluxo de Caixa Operacional.
Desta forma, diante de um cenário de juros mais elevados e um custo de capital de terceiros maior, se faz necessário um controle mais refinado dos investimentos das empresas para não comprometer seus Fluxos de Caixa Livres.
A gestora destaca o fato de que, após os hiking cycles (período compreendido entre o primeiro mês de aumento nas taxas de juros até o primeiro mês antes dos cortes), essas empresas são as que mais se valorizam. Como existe a estimativa de cortes ao ano de 2024, concentram boa parte de sua posição acionária em empresas que têm a qualidade como sua principal característica.
Ainda, a gestora ressaltou o cuidado com a seletividade setorial do S&P500, visto que poucas empresas concentraram boa parte dos retornos recentes.
SEGUNDO PAINEL COM O MORGAN STANLEY
Em nosso segundo compromisso, estivemos presentes no gigante Morgan Stanley, empresa que conta com um valor de mercado de mais de 160 bilhões de dólares e tem na gestão ativa de recursos a sua principal atividade.
Em seu primeiro painel, destacou a divisão de alocação de recursos geridos no mundo. Quanto ao mercado acionário, o banco de investimento destacou que as magnificent 7 (Microsoft, Amazon, Nvidia, Google, Apple, Tesla e Meta) foram responsáveis por 60% dos ganhos do S&P500 no último ano, corroborando com o cuidado da NinetyOne para a seleção de empresas que constam em seus fundos.
O Morgan Stanley tem como característica em seus fundos de ações a alocação de longo prazo, contando com empresas há mais de década em carteira, e, além dos cuidados ao CAPEX e fluxo de caixa já abordados, também filtra por empresas com altas margens. O pricing power (poder de precificação) foi utilizado como exemplo para empresas que conseguem transferir boa parte de seus custos ao consumidor final, pela demanda mais inelástica de seus produtos. Dessa forma, o custo dos produtos vendidos não agride tanto a receita da empresa filtrada em sua Demonstração de Resultado de Exercício, tornando sua operação mais eficiente e consequentemente resultando em margens mais representativas. Esse ciclo virtuoso de Ativos intangíveis > marca mais forte > poder de precificação > baixo Capex > Investimento em Inovação e pesquisa > Ativos intangíveis… gera o o retorno composto para o investidor ao longo do tempo.
Aos mercados emergentes, foi destacado o fato de que o Brasil encontra-se em uma situação de múltiplos baixos mesmo se comparado com seus pares, ou seja, com outros emerging markets.
O desvio padrão de -0.6 do gráfico icitado indica uma dispersão relevante quando observada a relação de Preço/Lucro estimado aos próximos doze meses do Brasil com outros mercados emergentes.
Para finalizar, foi destacado o fato de que nosso mercado é muito sensível às estimativas de cortes de juros nos Estados Unidos: em outubro de 2023, com as estimativas elevadas de cortes, foram alocados mais de 8 bilhões de dólares de capital estrangeiro em ações por aqui. No entanto, com a redução na perspectiva de cortes em 100bps, o investidor estrangeiro vendeu mais de 5 bilhões de dólares de suas posições. Isso reforça a necessidade de alocar capital em mercados desenvolvidos. Consta também a informação relevante de migração de recursos de fundos multimercados de acordo com a taxa Selic, quando acima de 10% e abaixo deste percentual.
Texto elaborado por Renan Zanella, Lucas Viero De Conti e Luiz Felipe Morelli
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