Em um mês em que o Brasil voltou aos holofotes globais após o tarifaço anunciado por Donald Trump, dedicamos esta carta a contextualizar três temas centrais: a dinâmica macroeconômica dos países emergentes, falta de prêmio nos spread de crédito privado, o legado institucional do Brasil marcado por escândalos de corrupção e, por fim, as soluções desenvolvidas na rede Ethereum e seu impacto crescente no mercado de NFTs.
- BRASIL ENTRE MERCADOS EMERGENTES
A dinâmica dos mercados globais em 2025 tem mostrado um movimento que merece nossa atenção: uma forte movimentação de capital dos países desenvolvidos para mercados mais descontados, como os emergentes. Depois de um tempo em que os mercados desenvolvidos foram os principais destinos dos investimentos, estamos observando uma mudança clara no apetite por risco e uma busca por diversificação geopolítica. Essa mudança é impulsionada principalmente pelos múltiplos elevados das ações nos EUA, pelas moedas mais fracas dos mercados emergentes, pelos valuations mais atrativos e pelas expectativas de crescimento mais otimistas.
Esse movimento reflete uma valorização de várias moedas emergentes em relação à principal moeda mundial, o dólar americano, (como podemos ver no gráfico abaixo). Diferente de 2024, quando o real brasileiro enfrentou um período difícil, 2025 trouxe uma mudança de cenário. As moedas emergentes se fortaleceram com uma tendência global de desvalorização do dólar, que pode ser observada também no índice DXY — que mede a força do dólar frente a outras moedas de países desenvolvidos. O real, por exemplo, se destacou como a quarta moeda com maior valorização global no primeiro semestre de 2025, com uma alta expressiva de 10,1% frente ao dólar. Além dele, moedas da Polônia e Hungria também mostram força nesse contexto.
No mercado de ações dos países emergentes, que em 2024 ficaram atrás dos mercados desenvolvidos, agora estão se destacando. O índice MSCI de Mercados Emergentes já acumulou uma alta de 17,6% até julho de 2025, seu melhor desempenho desde 2017, enquanto o índice S&P 500 subiu 8,7% no mesmo período. Essa diferença mostra claramente que há um movimento forte de atração de capital para esses mercados.
Nesse cenário, o Brasil se destaca como um destino atraente para o capital de investidores, com taxas de juros reais elevadas e valuations atrativos. No gráfico abaixo, vemos como o P/L futuro do Brasil (em vermelho) se compara à média dos países emergentes (em azul) em e também à média sem a China (em amarelo), reforçando esse diferencial positivo.
Em 2025, o EWZ (que representa o Ibovespa em dólares) tem superado a performance dos mercados emergentes, inclusive quando a China é deixada de lado, como se vê no gráfico abaixo. No entanto, é crucial ficar de olho nas notícias sobre as tarifas que os EUA podem aplicar a produtos do Brasil, que já fizeram investidores retirarem dinheiro da bolsa em julho. Também é importante acompanhar as preocupações com a situação fiscal do país, pois isso pode enfraquecer essa tendência positiva. Em 2025, tanto os mercados emergentes quanto o Brasil apresentam novas oportunidades de investimento. Para quem busca diversificação e a possibilidade de retornos mais atrativos, é fundamental uma análise criteriosa e contínua dos riscos envolvidos, considerando tanto os riscos externos (globais) quanto os internos (locais) que podem impactar esses mercados. Uma gestão de risco proativa e informada é o que permitirá investir de forma inteligente.
- PRÊMIOS EQUIVALENTES?
Uma matéria recente do Financial Times trouxe o fato de que não há um spread (diferencial, prêmio) significativo entre os treasuries americanos com títulos de dívida de governos e empresas emergentes, com boas classificações de risco de crédito.
O prêmio reduziu para cerca de 1.1 ponto percentual comparando com os títulos americanos, reflexo não só da melhora percebida nos mercados emergentes de modo geral, como de políticas fiscais arrojadas nos Estados Unidos, com a exigência de um yield maior para os títulos considerados como safe heaven, um porto seguro dos investimentos a nível global.
“Os ativos considerados seguros já não são tão seguros como antes, e isso é um dos fatores que está levando os investidores aos mercados de crédito, incluindo os emergentes” disse David Hauner, chefe de estratégia de renda fixa em mercados emergentes globais do Bank of America, que também citou o mercado acionário global “muito forte” e o impulso vindo do dólar mais fraco.
Apesar da margem apertada, também é fato que os prêmios para vértices distintos ainda são bem expressivos, sendo um condicional importante para avaliar aportes em renda fixa nos Estados Unidos, bem como de alguns outros desenvolvidos e em mercados emergentes. Podem ser considerados referenciais com ativos não só high grade como high yield, onde são observados diferenciais significativos aos treasuries, com spreads de mais de 3% sobre os títulos soberanos americanos com vencimento em 10 anos.
Esse otimismo visto pelo nivelamento dos prêmios gera um alerta para um possível avanço da inflação pós tarifaço a nível mundial. Essa condição de convergência dá indícios que “não há muito espaço para que os spreads reduzam mais se o risco de recessão continuar baixo”, mas há “muito espaço para que eles se ampliem se o risco de recessão voltar ao radar”, disse Jonny Goulden, chefe de estratégia de renda fixa para mercados emergentes do JPMorgan.
- O PREÇO DA CORRUPÇÃO
Continuando o nosso raio-x do Brasil, vamos agora para um dos temas infelizmente mais ouvidos e que mais nos causa revolta: a corrupção.
Nosso objetivo aqui não é fazer um discurso político, mas sim uma análise baseada em dados. Vamos construir um raciocínio que parte dos casos concretos para chegar à dimensão total do problema. Começaremos posicionando o Brasil no mapa mundial da corrupção, para depois entendermos como isso se manifesta aqui dentro e, por fim, qual o verdadeiro custo estimado da corrupção que todos nós pagamos.
De início, vamos analisar onde o Brasil se encontra, quando comparado com outros países.
No eixo horizontal, temos o Índice de Corrupção do World Justice Project (WJP). Este índice mede a percepção sobre o abuso de cargo público para ganho privado. Ele avalia três formas de corrupção: suborno, influência indevida de interesses públicos ou privados e desvio de fundos públicos. Ele foca na corrupção que envolve agentes do Estado, cobrindo especificamente o Executivo, o Judiciário, a polícia, as forças armadas e o Legislativo. A pontuação é baseada em pesquisas com a população geral e com especialistas locais. Portanto, quanto maior a pontuação, menor a percepção de corrupção nessas esferas do poder.
Enquanto isso, no eixo vertical, temos a Pontuação de Risco da TRACE International. Este, por outro lado, é um indicador com foco estritamente empresarial. Ele foi desenhado para ajudar as companhias a avaliarem o risco de se depararem com situações de suborno comercial em um determinado país. A lógica aqui é inversa: quanto maior o valor, maior o risco de uma empresa ser solicitada a pagar propina. A metodologia usa a natureza das interações entre empresas e o governo, a qualidade e a aplicação das leis antissuborno, a transparência do governo e o espaço para a sociedade civil (incluindo a imprensa) atuar como fiscalizadora.
Como podemos ver, a correlação é alta e clara. O grau de explicação desses dois indicadores é de 76%. Países bem avaliados na percepção de corrupção, como Noruega e Dinamarca, oferecem baixo risco para negócios. O Brasil está no meio do gráfico, com uma pontuação de risco (TRACE) levemente acima de 50, agrupado com outros países da América Latina.
Legenda: Relação dos indicadores de corrupção do WJP e de risco TRACE para vários países, utilizando determinada cor para cada região. O Brasil é o círculo vermelho mais proeminente.
Saindo da percepção global e entrando na realidade brasileira, podemos dizer tranquilamente que os números são um pouco piores. Este gráfico mostra o verdadeiro “show de horrores” da corrupção no Brasil, com os valores já corrigidos pela inflação.
Vemos o Caso Banestado, com um prejuízo estimado em R$ 164 bilhões, e o Petrolão, com um rombo de R$ 75 bilhões. A lista segue com a Operação Zelotes (R$ 33 bi), Anões do Orçamento (R$ 24 bi) e muitos outros. Olhando essas cifras, ficamos até com a impressão que o rombo do INSS recente (R$ 6 bi) ou o Mensalão (R$ 449 mi) são meros detalhes.
A corrupção no Brasil não é um evento isolado, mas um problema sistêmico e histórico, que atravessou diferentes governos e setores da economia.
O número de operações especiais contra a corrupção cresceu consideravelmente, saindo de quase zero no início dos anos 2000 para um pico de 96 operações em 2020.
Porém, as coisas não são tão simples quanto gostaríamos. Nos últimos anos, vimos um movimento pendular da Justiça. O impacto financeiro de decisões do STF que beneficiaram empresas investigadas na Lava Jato, suspendendo ou anulando multas bilionárias não é, nem um pouco, desprezível. Somente a J&F (antiga JBS) teve R$ 10,3 bilhões em acordos renegociados.
Temos que admitir que fica difícil credibilizar um país onde mesmo quem é investigado, julgado, condenado e multado sai impune por decisões, em sua maioria, monocráticas. Sendo os ministros Dias Toffoli, André Mendonça e Gilmar Mendes os mais ativistas nesse assunto.
O resultado prático é uma redução drástica nos valores que deveriam retornar aos cofres públicos. Do prejuízo total estimado dos atos de corrupção revelados pela operação Lava Jato, temos que apenas 14,7% foi efetivamente devolvido, enquanto que 43,7% está como “ainda a receber”, dependendo de acordos que, como vimos, estão sendo questionados. Enquanto o restante (41,6%) é considerado como valores perdidos.
Pois bem. Até agora, falamos de bilhões, de casos específicos e de dinheiro que não foi recuperado. Mas esses valores, por maiores que sejam, são apenas a ponta do iceberg. Eles representam o desvio em si. O verdadeiro impacto é o custo sistêmico e anual que a corrupção impõe a nós, pagadores de impostos.
E é aqui que os números atingem uma escala que nem mesmo você, por mais cético que seja com o Estado, seria capaz de imaginar.
Utilizamos os dados do IPEA e a estimativa de perda de 4% do PIB (FGV), ano a ano, desde 2003. Em 2024, por exemplo, o PIB brasileiro foi de aproximadamente 11,7 trilhões de reais. A perda estimada de 4% representa um desvio de mais de 469 bilhões de reais em um único ano.
Essa faixa de perda (1%~4%), popularizada por estudos da FGV e da FIESP, é uma referência importante, mas outras metodologias trazem valores ainda mais vergonhosos. O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), por exemplo, chegou a estimar perdas que se aproximavam de 8% do PIB (2019), enquanto estudos acadêmicos mais antigos, usando modelagem de equilíbrio geral, como o de Carraro et al. (2006), sugeriram que a corrupção poderia custar mais de 11% do PIB. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em uma estimativa divulgada em 2010, mostrou que o dano à sociedade é, na verdade, cerca de 3 vezes maior em relação à quantia desviada através da corrupção.
O que todos esses números, independente da metodologia, deixam claro é que a corrupção não é um evento isolado. É uma sangria constante, na casa das centenas de bilhões de reais, que acontece todo ano.
E agora, o ponto principal. Se olharmos para o valor acumulado, o número se torna quase incompreensível. Somando a perda estimada de 4% do PIB a cada ano, desde 2003 até 2024, chegamos a um valor total de quase 8,7 trilhões de reais.
Isso não é mais uma estimativa, é o custo de uma geração. A título de comparação, esse valor é 115,8 vezes maior do que todo o dinheiro desviado e revelado pela Lava Jato. É o preço de um país que poderia ser muito mais rico, com melhores serviços públicos em hospitais, escolas e infraestrutura. Esse número, mais do que qualquer escândalo individual, representa o verdadeiro custo da corrupção para o brasileiro.
No próximo mês, iremos abordar outro tema forte no Brasil: Carga Tributária. Traremos dados comparativos com os outros países e um histórico do próprio Brasil, para termos uma noção do montante total destinado aos cofres públicos.
Você não perde por esperar.
- POR DENTRO DO ECOSSISTEMA ETHEREUM
Lançado em 2015, o Ethereum é uma blockchain pública e descentralizada. Diferente do Bitcoin, que foi criado para atuar essencialmente como moeda digital, o Ethereum nasceu com a proposta de ser uma plataforma programável, onde desenvolvedores podem criar aplicações que operam de forma autônoma e transparente, sem a necessidade de intermediários.
As transações no Ethereum são registradas em blocos interligados, formando a blockchain. Essas operações são validadas por validadores (no modelo atual de proof-of-stake), garantindo a segurança e a integridade da rede. Um diferencial do Ethereum é a capacidade de executar smart contracts — contratos inteligentes, ou seja, programas que rodam automaticamente quando determinadas condições são atendidas.
Esse recurso abriu espaço para o surgimento de novas aplicações financeiras e comerciais, expandindo o uso da blockchain para além das transferências de valores.
Principais aplicações do ecossistema Ethereum:
- Contratos Inteligentes (Smart Contracts): Permitem a criação de contratos digitais autônomos, que executam ordens automaticamente sem a necessidade de intermediários. Exemplos: transações financeiras, compra e venda de ativos, registro de propriedade e seguros.
- DeFi (Finanças Descentralizadas): Uma das maiores inovações recentes, as DeFi são protocolos que oferecem serviços financeiros — como empréstimos, staking e corretoras descentralizadas (DEX) — de forma automatizada, acessível e sem bancos tradicionais. Tudo operando diretamente na rede Ethereum, com liquidez global e sem fronteiras.
- NFTs (Tokens Não Fungíveis): Ativos digitais únicos que representam propriedade de itens digitais ou físicos, como obras de arte, itens colecionáveis, ingressos e imóveis tokenizados. Os NFTs utilizam os padrões ERC-721 ou ERC-1155 da rede Ethereum.
- Tokenização de Ativos (RWA): Cada vez mais explorada por empresas e instituições, a tokenização permite converter ativos físicos e financeiros em tokens digitais negociáveis, oferecendo liquidez e fracionamento de propriedades.
Como combinado na carta anterior, nesta edição vamos nos aprofundar no universo NFTs (Tokens Não Fungíveis) e finalizar o ciclo das principais aplicações do ecossistema Ethereum.
O ecossistema dos NFTs na rede Ethereum:
O surgimento dos NFTs (Non-Fungible Tokens) transformou a forma como ativos digitais são concebidos, comercializados e valorizados. Mais do que imagens ou colecionáveis, esses tokens inauguraram uma nova camada de propriedade digital registrada em blockchain, com impacto direto nos setores de arte, jogos, mídia, identidade e finanças. Aqui vamos explorar em profundidade como os NFTs operam na rede Ethereum, quais os principais padrões e plataformas que os sustentam, e quais são os riscos e oportunidades envolvidos nesse mercado em expansão.
A infraestrutura tecnológica: Ethereum e Contratos Inteligentes
A rede Ethereum foi pioneira ao possibilitar a criação de contratos inteligentes (smart contracts), que permitem a execução automática de códigos imutáveis dentro da blockchain (conteúdo aprofundado na carta de Maio). Esses contratos são a espinha dorsal do universo dos NFTs. Diferente de criptomoedas fungíveis como o ETH ou tokens ERC-20, os NFTs operam em padrões como o ERC-721 e o ERC-1155, que garantem unicidade, escassez e rastreabilidade.
Desde a migração para o modelo de prova de participação (Proof of Stake), a Ethereum tornou-se mais eficiente energeticamente, mantendo a segurança e a descentralização necessárias para o funcionamento de ativos digitais únicos e valiosos. Esse ambiente cria a confiança necessária para que colecionadores, artistas, empresas e desenvolvedores transacionem seus ativos com segurança e transparência.
As propriedades técnicas dos NFTs:
Os NFTs apresentam uma combinação única de características técnicas que os diferenciam de outros ativos digitais:
- Imutabilidade: uma vez criado, o NFT não pode ser alterado.
- Unicidade: cada token é único, representando um ativo exclusivo.
- Indivisibilidade: NFTs geralmente não podem ser fracionados, embora plataformas como a Fractional explorem a divisão de propriedade.
- Interoperabilidade: podem ser negociados entre diferentes plataformas e ecossistemas.
- Programabilidade: permitem inserção de regras, como royalties automáticos ou bloqueios de revenda.
- Verificação de propriedade: contratos inteligentes e o registro público na blockchain permitem comprovar autoria, data de criação e histórico completo de transações.
NFTs como ferramenta de negócios:
Do ponto de vista empresarial, os NFTs representam uma poderosa ferramenta de monetização, engajamento e inovação. Artistas podem vender diretamente suas obras digitais sem depender de intermediários como galerias ou casas de leilão. As regras de royalties integradas ao smart contract asseguram que criadores continuem sendo remunerados a cada revenda, criando um fluxo recorrente de receita.
Além disso, a propriedade fracionada amplia o acesso a ativos de alto valor, democratizando a participação de pequenos investidores em obras digitais. NFTs interativos também ampliam a experiência do consumidor, oferecendo acesso a conteúdos exclusivos, eventos VIP ou funcionalidades gamificadas.
Aplicações práticas dos NFTs:
A versatilidade dos NFTs permite sua aplicação em diversos setores:
- Jogos: Propriedade de itens raros e negociáveis, interoperáveis entre jogos e com governança descentralizada.
- Esportes: Autenticação de ingressos digitais e memorabilia, com histórico de propriedade e combate à falsificação.
- Arte: Registro imutável de autoria e procedência, permitindo a rastreabilidade e valorização das obras.
- Entretenimento: Vínculo de filmes, músicas ou séries a NFTs para proteção de direitos autorais e monetização direta.
- Imobiliário: Tokenização de ativos físicos, como imóveis, permitindo transações seguras e diretas entre compradores e vendedores.
OpenSea e Rarible: Ecossistemas comerciais
Duas das plataformas mais relevantes para negociação de NFTs na rede Ethereum são a OpenSea e a Rarible. Ambas funcionam como marketplaces descentralizados, onde qualquer usuário pode criar, listar e vender ativos digitais com integração direta à sua carteira.
A OpenSea se consolidou como o maior mercado de NFTs em volume e variedade. Permite vendas diretas, leilões e uso do modelo de lazy minting, em que o NFT só é registrado na blockchain no momento da compra. Sua taxa padrão é de 2,5% sobre cada venda.
Fonte: https://opensea.io/
Já a Rarible destaca-se pela governança comunitária baseada no token RARI e pelas ferramentas para artistas implementarem regras próprias de royalties. Com suporte a múltiplas blockchains, oferece maior flexibilidade e engajamento entre criadores e colecionadores.
Fonte: https://rarible.com/
O funcionamento dos marketplaces baseia-se em modelos de comissão sobre cada venda realizada. Além de comercializarem ativos digitais como músicas, vídeos, gifs, jogos e obras de arte, empresas também podem criar seus próprios marketplaces, controlando o fluxo comercial e retendo parte da receita. Isso amplia as possibilidades estratégicas para marcas e startups que buscam operar como infraestrutura da nova economia digital.
Riscos e considerações:
Apesar do potencial, o mercado de NFTs ainda apresenta riscos importantes:
- Direitos autorais: a posse do NFT não garante necessariamente os direitos legais sobre o conteúdo vinculado.
- Fraudes: plágio, vendas falsas e manipulação de preços (wash trading) são práticas recorrentes.
- Volatilidade: preços especulativos tornam o investimento em NFTs arriscado.
- Armazenamento externo: o conteúdo do NFT geralmente não está na blockchain, podendo se perder se o servidor que o hospeda for desativado.
Por esses motivos, é importante buscar ajuda profissional antes de se aventurar nesse mercado.
NFT é futuro da propriedade digital:
O universo dos NFTs representam um marco na evolução da propriedade digital. Ao permitir que ativos únicos sejam criados, transferidos e monetizados com transparência e segurança, os NFTs ampliam os horizontes da economia descentralizada. Mais do que instrumentos financeiros, os NFTs consolidam-se como alicerces de novas formas de identidade digital, engajamento social e distribuição de valor.
Combinando tecnologia, escassez programada e inovação na relação entre criadores e público, os NFTs estão moldando a próxima etapa da internet — mais descentralizada, personalizada e orientada à propriedade. Seu impacto já é percebido em múltiplos setores, mas seu potencial completo ainda está em construção.
À medida que esse ecossistema amadurece, compreender suas dimensões tecnológicas, econômicas, jurídicas e culturais será fundamental para capturar o verdadeiro valor que os NFTs podem oferecer.
A Zanella Wealth mantém o compromisso com a curadoria de oportunidades, análise de riscos e construção de estratégias que preservem e multipliquem o patrimônio de nossos clientes, com visão global, seletividade e posicionamento nas melhores assimetrias do mercado internacional.
Esperamos que tenham gostado de mais uma edição da nossa carta mensal, até mais!
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