POR QUE NÃO TER BITCOIN SE TORNOU O MAIOR RISCO DA SUA CARTEIRA

O FIM DO AMADORISMO E O NOVO CONSENSO

Você ainda trata Bitcoin como uma aposta de cassino ou dinheiro de internet? Se a resposta for sim, você está indo contra o fluxo de meio bilhão de pessoas. Dados recentes indicam que entre 550 e 560 milhões de pessoas já possuem exposição a cripto. O ativo deixou de ser nicho para consolidar uma base de usuários que já supera a população de toda a América do Sul.

Enquanto o varejo desinformado ainda teme as oscilações, bancos globais e tesourarias mudaram a pergunta. Eles não discutem mais “se” devem ter, mas “quanto”. Ignorar esse movimento é, na prática, ficar vendido na classe de ativos de maior crescimento da década.

O FATO NOVO: BITCOIN COMO ATIVO DE REDE

Esqueça o preço de tela por um minuto. O valor do Bitcoin está na sua natureza de “ativo de rede”: escasso, global e operando continuamente há mais de 15 anos, sem interrupção ou controle central. Diferente de moedas fiduciárias impressas infinitamente, a oferta aqui é travada matematicamente em 21 milhões de unidades.

Estudos mostram que a volatilidade do Bitcoin diminuiu à medida que o ativo amadureceu. Hoje, o Bitcoin já se comporta como um ativo de risco maduro, muitas vezes menos errático do que ações de tecnologia individuais que compõem o S&P 500 (92 das 500).

OS NÚMEROS QUE O MERCADO TRADICIONAL NÃO IGNORA

Contra dados, não há argumentos emocionais. A densidade institucional atingiu um ponto de não retorno. A BlackRock, maior gestora do mundo com US$ 13,5 trilhões sob gestão, viu seu ETF (IBIT) se aproximar de US$ 100 bilhões em ativos em outubro de 2025. São quase 800 mil bitcoins travados em um único veículo institucional. Mesmo em dias de correções fortes, com saídas de US$ 500 milhões, o fundo mantém dezenas de bilhões em base, provando a resiliência do capital alocado.

Nas tesourarias corporativas, a MicroStrategy (Strategy Inc) acumula mais de 630 mil bitcoins, cerca de 3,2% de toda a oferta em circulação. No cenário estatal, El Salvador mantém uma reserva estratégica desde 2021, superando 7.400 BTC (mais de US$ 670 milhões), e segue comprando agressivamente nas quedas. E o Brasil é o 5º país no ranking global, movimentando mais de US$ 318 bilhões, respondendo por um terço de toda a atividade na América Latina.

O retorno do Bitcoin, por mais que venha desacelerando ao longo dos anos, ainda segue bastante atraente. Analisando em intervalos de 5 anos, o retorno anualizado por vezes supera os 100%, estando hoje em 35%.

A MATEMÁTICA DA EFICIÊNCIA (SHARPE RATIO)

Aqui está o racional técnico que convenceu os comitês de investimento: o Sharpe Ratio. Esse indicador mede o retorno excedente por unidade de risco. Basicamente, quanto você ganha para cada “susto” que o mercado te dá. Estudos da VanEck e simulações de mercado mostram que adicionar uma alocação modesta (entre 3% e 6%) a uma carteira tradicional pode elevar muito o Sharpe Ratio. Em alguns cenários, chegando a quase dobrar a eficiência do portfólio (de 0,78 para acima de 1,44).

Isso significa que a inclusão, na dose certa, aumenta a eficiência da carteira. A volatilidade isolada é alta, mas a baixa correlação com outros ativos anula parte do risco global.

ESTRATÉGIA DE ENTRADA: USE A QUEDA A SEU FAVOR

O erro do amador é tentar acertar o “olho da mosca” no topo histórico, enquanto o profissional usa a volatilidade como janela de oportunidade. Veja o exemplo recente de 2025: após máximas acima de US$ 125.000, o ativo recuou cerca de 28%. Essas correções de 30% a 50% são comuns em ciclos de alta, e são janelas técnicas de compra, não de venda.

A melhor estratégia é a dos aportes fracionados. Defina sua alocação alvo e compre aos poucos. Isso mitiga o risco de depender da sorte de um único dia. Além disso, faça o rebalanceamento: se subir demais, venda o excedente, e se cair, recompre. Essa disciplina obriga você a comprar na baixa e vender na alta automaticamente.

Caso queira entender um pouco mais sobre como funciona o Bitcoin, recomendamos este vídeo bastante educativo.

CONCLUSÃO: O CUSTO DE FICAR DE FORA

Num mundo onde bancos centrais expandem a base monetária e a adoção cripto cresce a dois dígitos por ano, o maior risco mudou de lado. Agora é não ter exposição nenhuma a um ativo escasso que já está na tesouraria de empresas, governos e gestoras de trilhões de dólares.

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Renan Zanella, CFA
Renan Zanella, CFA
Artigos: 154

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