Escolher os ativos para sua carteira de investimentos, principalmente se não for sua atividade principal, pode ser um desafio. A incerteza aumenta quando comparamos nossa carteira com a de um amigo em uma conversa informal, já que as pessoas geralmente compartilham apenas os investimentos bem-sucedidos para demonstrar competência na gestão financeira.
No entanto, muitas vezes, esquecemos de considerar um fator crucial e valioso para os investidores individuais no Brasil: as isenções tributárias. Estimulado pelo governo para impulsionar o agronegócio e o setor imobiliário, o benefício da isenção do imposto de renda é concedido a ativos de emissão bancária lastreados em títulos desses setores. Além disso, a renda fixa privada de empresas classificadas como infraestrutura também desfruta dessa isenção, conforme a Lei 12.431/2011, que permite a captação de recursos no mercado por meio de debêntures incentivadas em setores como iluminação, mobilidade urbana e saneamento básico.
Você já calculou o impacto desse benefício na sua carteira? Vamos ilustrar com um exemplo prático: ao comparar uma LCI (com isenção fiscal para pessoa física) com um CDB do seu amigo, ambos vencendo em 180 dias e pagando 98% do CDI, percebemos uma diferença significativa. A LCI, por ter isenção, tem um rendimento equivalente a um CDB de 126,45% do CDI após considerar a alíquota de IR de 22,5% para 180 dias. Portanto, sua aplicação tem uma vantagem de 29% sobre a dele.
Temos outros exemplos também nas aplicações no exterior, mas com dinâmicas diferentes. Um deles é a troca de ativos que pagam dividendos por outros que não pagam. Os ETFs de renda fixa, por exemplo, que compram Bonds americanos têm seus dividendos tributados em 30%. Considerando que hoje a taxa básica da economia americana está em 5,25% a 5,5%, um ETF que compra títulos de curto prazo teria uma perda de 1,6% (5,37% de média de rendimentos tributados em 30%). Ou seja, uma perda de 1,6% ao ano, o que pode fazer bastante diferença considerando o valor em dólar.
Dessa forma, o planejamento tributário não deve ser negligenciado, não apenas na gestão da carteira e dos ativos, como nos exemplos citados acima, mas em todas as áreas que envolvem seu patrimônio. A diferença a longo prazo entre um planejamento detalhado e a ausência dele pode ser considerável. Invista tempo para entender as isenções tributárias e faça escolhas informadas para maximizar seu retorno líquido.
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