O mercado financeiro brasileiro sempre focou seus esforços em vender a ideia que o principal fator para ter um bom retorno no longo prazo vem da escolha de bons ativos – ou, sendo ainda mais específico, da escolha de bons fundos ativos. Em grande parte, isso se deu pelo conflito de interesse que existe entre aquele que vende o serviço e aquele que paga pelo serviço, dado que o primeiro sabe quanto cada produto o remunerará através da comissão (ou “rebate”), enquanto que o cliente não.
Com o passar dos anos, dados foram sendo compilados e analisados, com o objetivo de constatar se a cultura por trás da escolha de fundos ativos realmente recompensou o investidor no longo prazo.
A Standard & Poor’s divulga regularmente o relatório SPIVA, no qual analisa em vários intervalos de tempo se os fundos ativos de vários países estão superando (ou não) seus benchmarks. As regiões analisadas são os EUA, Canadá, México, Brasil, Chile, Índia, Japão, Austrália, Europa, Oriente Médio e Norte da África.
E O BRASIL?
Segundo os últimos dados divulgados pelo SPIVA, de todos os fundos ativos de ações, apenas 7,69% deles conseguiram superar o benchmark, num intervalo de 10 anos.
Um fenômeno semelhante aconteceu com outros índices, como as subcategorias da renda variável (large e mid caps), a renda fixa corporativa e pública. Todas elas, tiveram uma taxa entre 82,41% e 95,89% de fundos que não conseguiram superar os seus respectivos benchmarks.
CONCLUSÃO
O relatório SPIVA não tem como objetivo determinar que investir em fundos ativos não vale a pena. Ele apenas busca enfatizar quão difícil é encontrar um fundo ativo que supere consistentemente o seu benchmark no longo prazo. E é por esse motivo que se você deseja investir em um fundo ativo, com o objetivo de ter melhores retornos, a sua análise deve ir muito além de perguntas como “quanto ele rendeu no último ano” ou “quanto ele rendeu desde a sua criação”.
Considere todo o histórico de volatilidade, quedas máximas e o tempo que o fundo passou acima ou abaixo do seu benchmark, em janelas móveis. Além desses fatores quantitativos, também é fundamental avaliar as pessoas que tomam as decisões no fundo e o seu histórico em fundos anteriores.
Se você busca ajuda de um time qualificado e independente para te guiar nesses movimentos de mercado, entre em contato com a Zanella Wealth: https://zanellawealth.com.br/contato/