Quando Warren Buffett afirma que os memorandos (memos) do Howard Marks são a primeira coisa que ele lê, não se trata de cortesia. É um sinal claro que, na opinião dele, existe algo ali que vale mais do que a maioria das demais fontes de informação.
Mas afinal, quem é Howard Marks? E o que o maior investidor do mundo vê em seus textos?
A OBSESSÃO QUE CUSTA CARO
Investidores do mundo inteiro gastam tempo, energia e dinheiro tentando adivinhar o futuro dos mercados. Buscam o próximo “topo”, o próximo “fundo”, a próxima bolha ou o próximo estouro. Nessa busca, perde-se o mais importante: a capacidade de interpretar o presente.
Howard Marks não promete previsões. Ele oferece clareza.
“Tentar prever o que vai acontecer é desperdiçar energia”, diz. Em vez disso, ensina a observar os ciclos, entender o clima dos mercados e tomar decisões com base em assimetrias reais. Foi com essa abordagem que construiu um dos maiores track records da história da gestão alternativa.
De fora do Lehman à frente da Oaktree
Marks é cofundador da Oaktree Capital. A gestora nasceu em 1995 e hoje administra mais de US$ 205 bilhões em ativos. Seu foco está em crédito e ativos alternativos, com especialização em “distressed debt”.
Entre 1989 e 2011, os fundos sob sua liderança renderam, em média, 19% ao ano já descontadas taxas. Nada mal, não?
Hoje, a Oaktree atende 64 dos 100 maiores fundos de pensão dos EUA e 17 fundos soberanos.
Mas a história poderia ter sido outra. Em 1969, Marks se candidatou a uma vaga no Lehman Brothers. Foi recusado por engano — o sócio confundiu os candidatos após uma ressaca. Anos depois, Marks soube da confusão e escreveu: “Se eu tivesse sido contratado, poderia ter passado os 39 anos seguintes lá.”
O Lehman Brothers quebrou em 2008. Já a Oaktree seguiu crescendo.
QUANDO O MEDO É MAIS LUCRATIVO QUE A CORAGEM
Investidores não erram por falta de informação, mas por uma interpretação errada do ciclo. É essa tese que guia os textos de Howard Marks. E é ela que seus resultados comprovam.
Um exemplo foi durante a pandemia. Milhares de investidores saíram do mercado no pânico de março de 2020. Em poucos meses, perderam uma das maiores recuperações da história: mais de 30% de alta.
Marks defende que os mercados são randômicos no curto prazo, mas os ciclos são reconhecíveis. Entre 1986 e 2024, o segmento de high-yield rendeu em média 7,83% ao ano, enquanto os Treasuries renderam 5,14%. A diferença de 2,69% a.a. é suficiente para dobrar um patrimônio em 30 anos.
E mais: mesmo quando os spreads estavam apertados, como em 2007, o crédito seguiu superando os títulos públicos por 5, 10 e 15 anos. A taxa média de default gira em torno de 3,5% ao ano. Mas as perdas reais ficam abaixo de 2,3 pp/ano.
O segredo não é prever o próximo evento. Mas sim saber onde você está pisando.
A DISCIPLINA É MAIS VALIOSA QUE A PREVISÃO
Os três pilares que sustentam a aborda do Howard Marks são:
- Leitura de ciclos: reconhecer sinais de medo, euforia e inflexão
- Construção de portfólio: com base em assimetrias, não em expectativas
- Resiliência: estar preparado para cenários improváveis, mas não impossíveis
“Você não pode prever. Mas pode se preparar.” Essa é a essência.
Investidores que ajustam sua exposição ao risco conforme o humor do mercado tendem a sobreviver aos choques. E, mais do que isso, tendem a capturar oportunidades que os outros só veem depois que já é tarde demais.
A indústria financeira tem um fetiche por previsores. Mas os grandes nomes do mercado são leitores de contexto, não cartomantes.
A diferença não está na genialidade. Está na orientação. Em vez de buscar segurança na projeção, o investidor profissional encontra força no método. Ele sabe que o mercado não premia quem acerta manchetes, mas quem evita erros fatais. Pois todos sabem que são eles os que importam, e mesmo assim a maioria segue flertando com o abismo.
O futuro é imprevisível. Mas estar perdido não é uma obrigação.
QUEM ESTÁ LENDO O CICLO POR VOCÊ?
Howard Marks não entrega previsões. Ele entrega clareza.
Se o Buffett para tudo para ler seus memos, talvez você também devesse começar a lê-los. Ou melhor: converse com um consultor que lê por você.
Na Zanella Wealth, ajudamos nossos clientes a interpretar o ciclo, ajustar riscos e capturar oportunidades com consistência.
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