Recentemente, estive em Nova York, o coração do mercado financeiro global, acompanhado por Luiz e Lucas. Passamos uma semana imersos em conteúdos e reuniões com as maiores gestoras e bancos de investimento do mundo, como BlackRock, Morgan Stanley, Franklin Templeton e JP Morgan. Nosso objetivo era entender o que diferencia os investidores de grandes fortunas dos investidores médios brasileiros. A seguir, compartilho três pontos principais dessas diferenças.
1. Localização dos Investimentos
Um estudo do UBS sobre grandes Family Offices revelou que a maior parte dos recursos dessas famílias está investida na América do Norte, especialmente nos Estados Unidos. Mesmo famílias ricas de outras regiões, como América Latina, Europa e Ásia, direcionam grande parte de seu patrimônio para os EUA. Em contraste, no Brasil, a maioria dos investidores ainda mantém a maior parte de seus recursos localmente. Um painel que participamos mostrou que famílias brasileiras com mais de 50 milhões de reais têm, em média, quase 50% de seus ativos no exterior. Já famílias com patrimônio entre 300 mil e alguns milhões de reais investem menos de 4% no exterior.
Investir no exterior oferece maior diversificação e acesso a setores inexistentes no Brasil, como tecnologia, semicondutores e inteligência artificial, além de setores como healthcare e farmacêuticos. Isso proporciona mais retorno, segurança e exposição a inovações.
2. Abordagem de Gestão de Carteira
Outra diferença crucial está na forma como os investidores veem suas carteiras. No Brasil, o modelo predominante é o de comissionamento, onde profissionais ganham comissões sobre produtos indicados, gerando um foco excessivo em produtos específicos. Já nos EUA, a mentalidade é voltada para a alocação de ativos (asset allocation), que representa mais de 90% do retorno no longo prazo. Essa abordagem envolve entender a disposição e capacidade de risco do investidor, o cenário econômico e as fases do ciclo de cada classe de ativo, com monitoramento contínuo e rebalanceamento da carteira.
Além disso, as grandes fortunas nos EUA entendem que o comportamento do investidor é fundamental. Elas separam patrimônio de curto e longo prazo, evitam vieses e assumem uma abordagem disciplinada e objetiva. Produtos individuais são discutidos, mas com a convicção de que não são o mais importante.
3. Alocação em Ativos Alternativos
A terceira diferença está na alocação em ativos alternativos, como private equity, real estate, hedge funds, infraestrutura, private debt e recursos naturais. Esses ativos são semi-líquidos ou ilíquidos, com marcações trimestrais ou anuais, e oferecem expectativas de ganhos maiores. Grandes fortunas entendem que para aumentar a rentabilidade do portfólio, é necessário incluir esses ativos.
Criptomoedas também podem ser vistas como ativos alternativos. É importante ter cautela, pois esses investimentos são mais arriscados, mas podem complementar um portfólio de longo prazo.
Conclusão
Hoje, é possível para investidores brasileiros aplicar princípios de gestão de grandes fortunas, graças à facilidade de investir no exterior, acesso a consultorias e ativos alternativos. Com planejamento, qualquer investidor pode estruturar um portfólio diversificado e robusto. Se você gostou dessas descobertas e quiser mais informações, deixe seu comentário para continuarmos explorando as diferenças entre investidores estrangeiros e brasileiros. Até a próxima!
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