ELEIÇÕES DOS ESTADOS UNIDOS EM PAUTA
Donald Trump foi eleito o 47 presidente da história dos Estados Unidos. O Republicano retoma o posto na Casa Branca e embora a votação na Câmara não tenha encerrado, há grande chance de termos um governo republicano forte, o que aumenta a chance de aprovação de sua agenda política, com importantes consequências para o mercado. Países emergentes, principalmente os aliados do eixo do mal, correm o risco de sanções
A agenda Trump para 2024 está centrada em áreas-chave como política fiscal, comércio, tributação e desregulamentação. Com o controle das duas casas do congresso, o presidente terá maior liberar para implementar uma série de medidas. Medidas e Resultados esperados deste novo governo:
Extensão do corte de impostos que ele mesmo aprovou durante seu primeiro mandato.
Aumento de tarifas de importação (Make America Great Again)
Postura mais amigável com criptomoedas
Dólar mais forte contra as principais moedas do mundo
Juros e inflação mais altos
Setores mais beneficiados: setor financeiro (menos regulação), setor de defesa e biotecnologia
Estas políticas podem ampliar o déficit público e trazer a tona novamente a discussão sobre a trajetória da dívida federal. O rendimento dos títulos longos responderam e subiram rapidamente após os resultados da votação. No dia após a eleição, o preço dos ativos abaixo ilustrou o que o mercado espera de Trump e quais podem ser os ativos vendedores e perdedores.
CORTE DE JUROS NOS EUA
Após a eleição, as atenções se voltaram para decisão do FED referente a taxa de juro dos EUA. Essas são as principais conclusões da reuniao:
O comitê votou por unanimidade para reduzir a taxa de referência em 25 pontos base, para a meta de 4,5% a 4,75%
O Fed ajustou a linguagem para observar que “as condições do mercado de trabalho geralmente melhoraram” e repete que “a taxa de desemprego subiu, mas permanece baixa”.
A declaração oficial removeu a redação que dizia que o comitê “ganhou maior confiança” de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%
A declaração manteve a linguagem dizendo que os riscos para atingir as metas de emprego e inflação “estão aproximadamente equilibrados”
BITCOIN ATINGE PREÇO HISTÓRICO DE $77MIL
Os fundos negociados em bolsa dos EUA que investem em Bitcoin registaram um fluxo líquido diário recorde de 1,38 mil milhões de dólares, reforçado pela adesão do presidente eleito Donald Trump à indústria de ativos digitais e pela promessa de regulamentações de apoio.
O iShares Bitcoin Trust, da BlackRock Inc., foi responsável por cerca de 81% do dilúvio de quinta-feira, que ocorreu um dia depois que o volume de negociações do ETF atingiu o pico histórico, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os 1,1 mil milhões de dólares em subscrições líquidas do fundo – também conhecido como IBIT – também foram sem precedentes.
A crescente demanda dos investidores ajudou a empurrar o Bitcoin para outro recorde histórico, com a criptomoeda subindo até 1,7%, para US$ 77.272, na sexta-feira.
PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL DO BRASIL SE POSICIONA
No mês de outubro, observamos uma abertura ainda maior no spread de juros entre Brasil e Estados Unidos. O diferencial foi pauta do discurso do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que afirmou resumidamente que “os preços de mercado estão exagerados” ante abertura recente da curva DI, que pressiona o governo na oferta de títulos públicos com prêmios cada vez maiores.
O posicionamento técnico dos fundos e investidores é muito leve nos ativos de risco. Recentemente, a Abrapp divulgou que os fundos de pensão, têm diminuído, ano após ano, a sua alocação em renda variável no Brasil. Em meio aos juros reais de longo prazo elevados e que superam com folga as metas atuariais de boa parte das fundações, a exposição desses investidores em ações no país caiu às mínimas históricas .
A parcela alocada em renda variável dos fundos fechados de previdência caiu para 10,4% no mês de junho de 2024, o menor patamar da série histórica compilada pela Abrapp, que teve início em 2006. Em 2009, esse nível alcançou a máxima, de 33,3% e, desde então, vem exibindo retração.
Concordamos com a declaração do Roberto Campos Neto. Os preços no Brasil estão muito descontados, porém sempre há o risco do Barato se tornar mais barato. Por isso continuamos a sugerir ativos com boa assimetria no Brasil, porém defendendo a bandeira de alocação internacional, preservando o patrimônio de nossos clientes através de investimentos internacionais.
ELEVAÇÃO DA TAXA SELIC
No início de novembro, em reunião do COPOM, tivemos o anúncio de elevação da Taxa Selic para 11.25% ao ano, ao encontro das expectativas do mercado, novamente ancorando em um discurso de preocupações ao âmbito fiscal daqui do Brasil, conforme ata publicada no site do Banco Central:
“O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio.
O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.”(grifo nosso)
O cenário comprime a precificação de diversos ativos sensíveis às oscilações de juros, conforme observado na queda de 3.06% do IFIX, no pior mês de outubro da história da classe.
Carta elaborada por Renan Zanella, CFA e Lucas Viero De Conti, CNPI
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