ROTAÇÃO COMEÇOU EM JULHO
O mês de julho foi marcado por um importante movimento de rotação no mercado de capitais dos Estados Unidos, com uma realocação e fluxo saindo das mega caps em direção a empresas que compõem o índice Russell 2000.
Ainda que a concentração seja evidente no retorno anual do S&P500 – consequência da valorização segregada das large caps, conforme consta na imagem abaixo – houve uma lateralização do ETF equal weighted (com pesos igualitários para as empresas que compõem o índice), o que significa que a maior parte das ações, em especial as small caps, não acompanham a valorização do índice
Em relação ao resto do mundo, é visível o quanto o valuation do índice americano se descolou dos demais. Parte disso é explicado pelos fundamentos da economia americana e o crescimento dos lucros muito superior as empresas europeias, por exemplo. Mas algo que chama atenção (destacado pelo JP Morgan no mês passado) é o quanto o índice americano representa do mercado global, um percentual acima de 60% enquanto o Japão, no pico da sua bolha na década de 80 chegou até 30% apenas.
Legenda: relação do múltiplo price-to-book, o preço sobre valor patrimonial, do S&P500 com o resto do mundo
QUAIS SETORES TEM SE DESTACADO
Ao esmiuçar os setores do S&P500 neste último mês, com base nos dados detalhados pela Real Investment Advice atualizados até o dia 26 de julho, temos o que segue:
Enquanto o IVV, ETF tradicional do S&P500, andou de lado no último mês, a ênfase se da ao desempenho do RSP (ETF equal weight), bem como o setor de Real Estate (ETF XLRE), Utilities (ETF XLU) e Health Care (ETF XLV).
Lembramos que o mercado de Real Estate, por meio dos REITs, não acompanhou o movimento de valorização acionária desde o início do período de aperto monetário com juros elevados nos Estados Unidos. Há uma correlação negativa entre os REITs e as taxas de juros, que se mostra mais evidente a depender do objetivo no aumento/diminuição dessas taxas, bem como do impacto no yield de treasuries de médio e longo prazo.
O resultado por ação, mensurado nesse cenário pelo FFO (funds from operations) dos principais REITs se elevou nos últimos anos, ainda que as ações desses REITs se encontrem distantes do topo histórico registrado em 2021, justamente quando a FED Funds Rate estava em patamares mínimos e o prêmio de títulos de médio/longo prazo estava muito reduzido. Essas condições reforçam nosso sentimento de otimismo para a classe, manifestado neste último mês do mercado, a partir do momento em que os juros de fato passem por retrações consistentes. Ressaltamos que temos a carteira própria de REITs na Zanella Wealth, à disposição de todas as famílias que atendemos.
O QUE MOTIVOU ESSES MOVIMENTOS ACIMA?
A explicação de parte dos movimentos acima se deu após o último dado de CPI abaixo das estimativas e foi corroborada pela reunião FED na quarta-feira, onde a instituição deu um passo importante na sua comunicação para o início de um corte de juros em setembro. Nas palavras de Powell: “A reduction in the policy rate could be on the table as soon as the next meeting in September.”
Os dados do mercado de trabalho continuam sinalizando desaceleração forte com o indicador antecedente número de pedidos de seguro desemprego registrando novas máximas e vindo muito acima das estimativas. Todo esse movimento, aliado aos PMIs mais fraco, grita por Corte de Juros em Setembro.
Carta elaborada por Renan Zanella, CFA e Lucas Viero De Conti, CNPI.
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